Muito prazer, meu nome é outono.

23.6.10

Se esse mundo, se esse mundo fosse meu...

Como disse uma vez o nosso querido amigo Benjamin Franklin, “o homem só tem certeza de duas coisas: a morte e os impostos”. E eu não preciso dizer pra vocês que isso é uma merda. Trabalhar, trabalhar, trabalhar. Dinheiro, dinheiro, dinheiro. Contas, contas, contas. Morrer. E agora, José?

Aah, mas se esse mundo fosse meu... Seria tudo diferente. Em primeiro lugar, só teria uma pena e só dois crimes. Ou pecados, tanto faz. Matou, morreu. Estuprou, morreu cinco vezes. Não vai ter roubo. Porque não vai ter gente rica, nem gente pobre. Todo mundo vai ter o que quer! O tênis que quer, o sorvete que quer, a casa que quer... Ainda não sei como, confesso, mas deve ter um jeito... Esse tal de Marx e esse tal de Engels quase acertaram uma vez.

Aah, se esse mundo fosse meu... Não existiria a Lei da Ficha Limpa, porque não ia precisar. Só teriam fichas limpas! Porque roubou, morreu. Simples. E, por conta disso, as crianças estariam na escola e comendo. Simples. E, por conta disso, a saúde ia funcionar, porque as crianças que hoje estão na escola, amanhã são os médicos fazendo a cirurgia no seu joelho. Simples. O mundo ia ser simples, se fosse meu.

Aah, se esse mundo fosse meu... Não existiriam guerras, nem bombas atômicas, nem atentados terroristas. Porque o homem mandaria no dinheiro. E não o contrário. O homem entenderia o quão pouca importância tem o papel (ou os números numa telinha), e o tanto de importância que tem o abraço em família num domingo de manhã.

Aah, se esse mundo fosse meu. Não existiria colesterol, nem padrões de beleza. Ser gordinho é lindo! Ser magrinho é lindo! Ser fortinho é lindo também! Todo mundo ia ter mais tempo pra ler livros e assistir a seriados, porque o futuro não ia mais ser importante. Aliás, a palavrinha “futuro” nem ia existir. Pra que, afinal? O hoje já vem depois do ontem.

Aah, se esse mundo fosse meu. Não existiria cecê, nem chulé, nem piolho. Cada um estudaria o que gosta de estudar, e resenhas sobre livros chatos seriam proibidas. Todo mundo ia ter direito de ter uma semana por ano pra festejar a noite toda e dormir o dia inteiro, só pra lembrar o quão fácil a vida pode ser. Doces seriam de graça, porque não existiria dor de dente. Nem de ouvido, nem de garganta. A qualidade de vida seria mensurada em sorrisos, porque o dinheiro não seria – como já antes dito – tão importante. Todas as festas seriam open bar, todos os canais passariam filmes bons (e legendados!).

Aah, se esse mundo, se esse mundo fosse meu... Todas as ruas seriam ladrilhadas com pedrinhas de brilhantes. Porque todo mundo seria o amor de todo mundo. E todo mundo ia querer ver todo mundo passar.

E aí? Quem é que topa me dar o mundo de presente de aniversário?

(Gabriela não quer o mundo de presente de aniversário, o novo uno já ta bom)

2 comentários:

  1. então :) acho justo vir aqui e falar que baseado no seu texto farei um meu. não quero ganhar seus créditos, mas se esse mundo fosse meu...

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