Muito prazer, meu nome é outono.

29.1.11

Ele.

Você chegaria atrasado com o cabelo jogado nos olhos, e ao me encontrar, sorriria. Puta que pariu, e que sorriso! Cheio de dentes, digno de uma propaganda da Colgate.
Eu vou, inevitavelmente, gritar com você. Fingir estar brava por tu achar que o seu tempo é mais importante que o meu, por não me valorizar e todas essas merdas... Mas não ligue pra isso. Tenha paciência. Sente ao meu lado, garoto, segure a minha mão. Não diga nada e, de repente, me beije. Devagar. Um, dois, três beijos. E pare. E me olhe e sorria de novo.
É incrível, mas toda a minha braveza vai se dissolver num milésimo de segundo. Não consigo prestar atenção em coisa alguma quando tu olha pra mim.
E, para quebrar o silêncio, diga que eu emagreci. Não importância se não for verdade, amor, uma mentirinha assim não vai doer. E eu rio. E te beijo de novo, e de novo e de novo. Porque o mundo agora parou. Só fica junto de mim, boy, é gostoso desse jeito.
Vou deitar no teu colo, querer carinho na cabeça. Faça massagem na minha mão. Eu digo uma coisa. Você diz outra. E próxima coisa que sei é que quero passar o resto da minha vida nessa conversa.
Eu só queria você.
E é um saco admitir que gosto sim do enredo desse nosso romance épico. Sou clichê, sou uma ridícula apaixonada. Estúpida o suficiente pra não parar de olhar a tela do telefone no sábado à noite, até dormir cansada e frustrada, esperando um sms teu. Sei que adoro um melodrama. Mas só o suporto por tanto tempo porque também adoro suas mãos segurando minha cintura às 16:24. Toma cuidado, menino. Qualquer dia te troco por um conto de fadas, aí tu vai ver...
Eu te queria por inteiro. Cada pentelho, verruga, gota de suor que você não pode me dar. Cada centímetro quadrado do teu corpo. Eu te queria pra andar de mãos dadas aos domingos, pra me abraçar apertado às segundas e pra fazer amor no restante da semana. Quero sorrir quando o telefone toca e é a nossa música que eu escuto, quero te ter como certeza absoluta e duvidar da maioria absoluta que diz que você não é o cara certo pra mim.
Eles estão errados.
Tu assiste aos meus seriados e me liga logo depois. Tu também leu a trilogia do Stieg Larsson. Tu me alimenta com carboidratos na tpm e briga comigo quando eu acendo um cigarro a mais (obrigada, aliás, por tomar conta de mim. E por assistir "Moulin Rouge" pela décima quinta vez só pra me fazer sorrir). Eu só queria você, 24 horas. Pra me dizer o quão bonita eu sou, mesmo sem maquiagem. Me acordando num sábado chuvoso com cosquinhas na barriga e panquecas de banana.
Eu também prometo cuidar de você, guri. Vou escrever cartas mês sim, mês não. Cantar desafinado pra te fazer dormir. Comprar teu chocolate favorito quando você estiver triste. E quando te disser que é só porque amo o cheiro que você tem atrás da orelha, não acredite. Eu amo mesmo é você.

(Gabriela não sabe quem é ele).

24.1.11

Pra você.

Há exatamente oito anos, pedi a Deus um presente e Ele, em toda a sua sabedoria, fez você. Sei que o Todo Poderoso criou o mundo em sete dias, e, ainda assim, tenho certeza de que guardou toda a perfeição pro teu sorriso.
Ele pegou todas as melhores melodias e colocou na tua risada, o sabor do chocolate pra fazer a tua pele, a fúria dos ventos pra força no teu abraço. Misturou o melhor de tudo que havia e enfeitou com calda e morango e confeitos. E tu nasceu.
Era tão pequenina, cabia na palma da minha mão. Já chorava, sentia fome, frio, dor. E eu já queria te proteger de tudo aquilo.
Não sei bem o que te desejar nos seus oito anos de vida, pequena. Não saberei o que te desejar nos seus oitenta. Só espero que você seja sempre muito feliz. Porque o mundo é muito, muito mais contente quando você sorri.
Se eu pudesse, te daria asas. Se as tivesse, as arrancaria de mim para te presentear. Só a você. Acho que só faltam mesmo as asas pra te fazer um anjinho.

Com todo o amor que houver nessa vida (e um trocado pra dar garantia),
Gabi.

20.1.11

O amor, pra mim, hoje.

Tão, tão grande que faz as estrelas brilharem lá em cima. E tão, tão pequeno que cabe no instante que o meu olhar encontra o teu. Um sorriso, um grito na hora errada, um abraço na chuva, um beijo na porta de casa. Num piscar de olhos, se apaixonam. Numa vida inteira, não.
É quando a conta de telefone estoura, quando as palavras importantes são ditas e escritas. Uma carta na era do twitter, um carinho na cabeça enquanto todo mundo tá transando casualmente.
Mandar mensagem às 17:39. É aquele barulho engraçado que você faz na minha barriga quando eu não consigo parar de chorar. Andar de mãos dadas. Sorvete de menta. Tequila, loucura, tesão. Grito, tapa, lágrima.
É você me trazendo carboidratos quando eu tô de tpm, quando briga porque eu acendi mais um cigarro. É o frio na barriga com os pés no chão, as mãos suando frio no verão, o coração acelerando sem exercício físico. Mas calma, amor não é doença. É só burrice. Verbo, substantivo, adjetivo, advérbio, conjunção. São dois corpos juntos, suados. Dois corpos separados por 1200 km. É sentir o teu perfume em todos os lugares, saber seu chocolate favorito. Gosto de Trident de menta. Orações coordenadas, subordinadas, completivas nominais. O arco-íris depois da tempestade. E a tempestade depois da seca. E o pôr do sol e depois, o nascer do sol. Não tem regra, não tem jogo. Tem importância. O coelhinho na lua cheia. O bem me quer da margarida.
Amor é tudo aquilo que me faz escrever. Amor é palavra: amar.

(Gabriela não sabe se sabe amar).