Muito prazer, meu nome é outono.

3.12.10

Um protesto às sociedades igualitárias!

"Nem todos são vencedores, nem todos deveriam ser. O mundo precisa de cobradores e entregadores de pizza". (Sue Sylvester)

Peguei Introdução a Ciência Política nesse semestre e encontrei, finalmente, a base teórica que precisava para escrever o texto para essa frase. Sabe, vi esse episódio tem mais ou menos uns seis meses, e concordei de imediato com a Sue - que, aliás, é disparado a melhor personagem de Glee. Não é bonito, sei disso. Mas é sem sombra de dúvidas realidade. E eu, particularmente, gosto dela.
Explico.
Antes de tudo, para existirem vencedores, perdedores são necessários. Mas isso não significa que os primeiros sempre ganham, e os segundos sempre perdem. Não é porque tu perdeu uma vez que vai perder pra sempre. Nem porque ganhou uma vez que vai virar o pica das galáxias.
Além disso, tem um milhão quinhentos e oitenta mil trezentos e vinte e sete teóricos que pensaram direitinho como ia ser muito lindo e legal ter uma sociedade igualitária - seja ela democracia ou comunismo. Karl Marx, Friedrich Engels e Hannah Arendt são os nomes que me vem imediatamente a cabeça.
O problema é que esse negócio de sociedade igualitária é muito, muito perfeito no papel: "Vamos abolir a propriedade privada!" "Vamos acabar com a luta de classes!" "Vamo abolir o Estado!" "Vamos ser todos exatamente iguais dentro da esfera pública!".
Marx e Engels, por exemplo, idealizaram direitinho, explicaram como o negócio ia funcionar, pensaram tudo nos mínimos detalhes. Todo mundo seria feliz e teria uma qualidade de vida digna... Mas a gente não vive no mundo das ideias. O mundo sensível é comandado por homens, imperfeitos, cheios de ambição, cobiça e desejo por poder. A URSS é o exemplo perfeito disso. Os soviéticos foderam com o modelo de Marx e Engels completamente. Normal. O ser humano tem a tendência de foder com tudo na prática. O que era pra ser uma sociedade igualitária, virou o Estado reprimindo os cidadãos.
A galerinha da URSS tava quase tendo de comer munição na época da Guerra Fria por conta dessa tentativa de fazer todo mundo ser igual a todo mundo - o que vai, pura e simplesmente, contra a natureza humana.
A Hannah não é exatamente um bom exemplo de ser humano normal, - apesar de, pela definição que ela dá a 'força' tenho certeza que é fã convicta de Star Wars - então nem vou perder muito tempo explicando as ideias delas, já que, obviamente, também não funcionam na prática.
A questão é: o comunismo não é possível. O socialismo é. E o socialismo é uma merda. Porque, por natureza, ninguém quer ser igual a ninguém. É muito melhor ser mais poderoso, mais rico, mais bonito, mais inteligente... E é por isso que o capitalismo funciona. Sim, querido neomarxista, FUNCIONA. Ele tá aí desde que os meus tatatatatataravós eram vivos, ficou gripado algumas vezes, mas sempre voltou mais forte e imponente do que nunca. É, eu realmente gosto do capitalismo. Comprar é legal. Dinheiro é legal. O Estado é legal, apesar do governo nem sempre ser. E não tem absolutamente nada de errado com isso.
Não sou idiota, sei que existem inúmeros problemas causados justamente pelo domínio que o dinheiro impõe na sociedade. A criminalidade, as diferenças sociais, os crimes, o tráfico, a degradação... Mas não vem me dizer que isso não acontecia na URSS. Ou na China. O que só prova mais uma vez que toda essa situação não é culpa do capitalismo, do governo, do dinheiro, dos EUA ou do poder. É culpa só e somente só da natureza humana, que é incapaz de se contentar com um par de tênis, e precisa comprar mais 5, só pra ter dentro do armário.
O capitalismo neoliberal é um ótimo sistema econômico. O problema são as pessoas que fazem parte dele.
Um beijo pra você, anarquista de modinha/simpatizante de esquerda/"amo a democracia e a monarquia é uma merda", que eu tô indo ali com o meu casaco da Gap e o meu all star vermelho tomar uma coca cola :*

(Gabriela tem bem mais de seis pares de tênis)