Muito prazer, meu nome é outono.

21.2.11

Joffily

À primeira vista, um fofo. À segunda vista, um amor de pessoa. Simpático, querido. Aposto que tem gente que te vê assim até hoje, mas a mim você não engana.

Tu és um estúpido, babaca, grosso, desastrado, implicante, insensível, idiota, bruto. Demais. Tem doença de velho nas articulações, nos pés, nas músicas, na escrita, nos hobbys, bebidas e comidas. Cheio de manias, trejeitos, reflexões sobre o tudo e o nada. Guarda lugares ao invés de rancor e, além de tudo, é dono de um MacBook. Invejinha. Eu te detestaria, se não gostasse tanto de você.

Sempre gostei. Desde que te vi encharcado naquele primeiro dia de aula fatídico e pensei que tu provavelmente também desejava estar em qualquer outro lugar. Simpatizei. É engraçado pensar, hoje, que algum dia eu já simpatizei contigo. Ainda mais depois que tu começou a pegar táxis pra UnB. Gostava de ter por perto me explicando física, matemática, história, filosofia. Não sei direito como essas matérias viraram OT, FunComVis, IJor e ICom, mas agradeço por elas terem se transformado pra nós dois. Juntos. Com certeza nunca te disse isso, mas, no início, você era meu porto seguro num lugar desconhecido cheio de gente esquisita. Não sei se já te agradeci. De qualquer maneira, obrigada, publicitário.

Publicitário nato, aliás. Do tipo que me mataria se eu justificasse esse texto, ou usasse alguma fonte diferente desta. Mas acho que eu só faria isso se fosse pra te irritar. Não consigo pensar você justificado (ou justificando-se), ou noutra tipografia. Assim como a Helvética, já é impossível não te ter por perto.

Tu, de repente, sabes de todos os meus segredos, relacionamentos e dramas. E eu sei dos teus. Tem liberdade pra me chamar de safada e pra dizer que meus shorts são curtos demais. “Várias vezes, uma vez”. Sei que você vai me zoar eternamente, mas nunca contará nada a ninguém. É de você, eu acho: honesto demais para falsidade. Confiança, liberdade, e nada de julgamentos ou habilidade na sinuca. Nunca me pediu desculpas, porque nunca precisou.

No mais, eu te detesto e te adoro. Detesto sua necessidade de estar sempre certo, suas críticas construtivas, sua atenção nos mínimos detalhes, seu jeito de dizer ‘meu bem’, sua sinceridade exacerbada. Adoro os seus conselhos fáceis de serem seguidos, suas camisetas monocromáticas, sua mochila surrada, seus brindes cervejísticos no/ao por do sol, seu all star preto, sua janelinha subindo no msn.

E amo você.

Na fonte, cor, diagramação e momento certos.

(Dario é ruivo, mas isso é um detalhe menor).

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