Muito prazer, meu nome é outono.

12.2.11

Hora de ir embora

Roupas no chão, porque não quis recolhê-las.
"Hoje foi um dia filho da puta", ela pensou. "Mereço andar seminua pela casa".
Encheu um copo d'água, acendeu um cigarro. Resolveu se deitar, mas não conseguiu pregar os olhos. Tinha pensamentos demais. Resolveu não pensar em nada.
"Merda". - xingou sem motivo aparente.
Levantou-se, precisava de sorvete. Colocou os trapos que deixou jogados, enfiou-se no all star vermelho. Esqueceu de abotoar um ou dois botões da camisa. Cartão de crédito, chave do carro. Poderia muito bem ter ido na sorveteria mais próxima, ou ainda comprado sorvete de flocos no mercado... Mas decidiu ir até o outro lado da cidade. Ou quem sabe até o outro lado da próxima cidade. Deixou a porta aberta. Saiu.
Acho que nunca voltou. Eu não voltaria.

(Gabriela sempre volta).

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