Muito prazer, meu nome é outono.

23.9.10

Própria estima

Esse aqui é pra mostrar que eu cansei do tu e do ele. Não quero mais saber da vadia que ela é, do romance do nós, o respeito do vós. E fodam-se eles, com ou sem elas. Nada de segundas, terceiras ou primeiras do plural. Esse é singular.
É sobre o mais longo e importante relacionamento, o único com o qual eu sempre vou ter de lidar. Meu, eu, comigo.
Não sei nem por onde começar. São dezoito anos, e contando. Você, ele, ela, eles, nós, todos e muitos estiveram por aqui. Passaram, ficaram, mudaram, mudaram-me. Errei. Aprendi. Errei de novo, porque gosto do drama. Vivi. Vivo. Viva!
Eu fui criança moleca. Ralei joelhos, trepei em árvores, joguei queimada, brinquei de álibi. Errei, doeu, chorei no colo da mamãe. Imitei a bicicleta da minha amiga, fui polícia e ladra. Assisti aos desenhos da disney no cinema, rebobinei a fita cassete. Assoprei minha vela de catorze anos. E cresci.
Não me leve à mal, ainda ralo joelhos, trepo em árvores, jogo queimada, brinco de álibi. Mas errar? Não dói mais tanto assim. Chorar? Não, muito obrigada.Aprendi a não correr para o colo da mamãe, mas não me orgulho - desaprendi a andar de bicicleta. Sou mais ladra, menos polícia. Fui à Disney e foi mágico. Mas acabou.
Soprei há algum tempo a vela dos dezoito anos... E não sei o que isso significa. Crescer não é comigo. Não é pra mim. Vou ser sempre imatura, sempre infantil. Vou sair de salto quinze, beber, dançar e beijar quem eu quiser. Vou me lambuzar quando tomar sorvete, rir na hora errada, chorar de soluçar e assistir aos filmes da Disney no cinema. E estaria mentindo se dissesse que sinto muito se isso não te agrada. Porque não sinto. Esse não é sobre você, lembra?
Por fim, não sei dizer se me amo, me respeito, se tô fazendo o melhor de mim, construindo um futuro ou esquecendo o passado. Mas isso não importa. Porque o que eu sei é que me divirto pra caralho todos os dias, e não troco essas risadas insanas por nada. A não ser, talvez, pelo Johnny Depp na minha cama.

(Gabriela tem Johnny Depp como seu plano de fundo do desktop e jura que ele é um ótimo motivo para sorrir)

2 comentários:

  1. Chega de falar de todos eles, né?
    Mas é difícil. Ainda assim, acho que vou tentar falar na primeira pessoa do singular algum dia desses.
    Gostei do post. E acho que é sempre bom ser eterna criança, a vida ganha mais gosto. Mas também é importante saber que o futuro existe e que é a gente que constrói o sapeca.
    E quem é que não trocaria tudo pelo Johnny Depp? Eu concordo com você, o meu wall também é dele e sempre me faz sorrir.

    Beigos, saudades de tu! Quando tiver tempo, leio mais posts teus.

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